EU SOU BRASILEIRO E PRECISO DE
VOCÊ TAMBÉM. “De mim?” Sim, de você. Um dia você precisará se locomover, um dia
você precisará ir ao pronto socorro, um dia você precisará sair de casa a noite
e deixar pessoas em casa, um dia você precisará conversar com alguém.
Você não gosta de divulgar
imagens de revolta, discursos políticos... mas isto não é. Eu juro, NÃO É.
Quando você fica no transito a
culpa é do excesso de carro, e não é fazendo o revezamento de placa, ou
colocando pedágio no centro da cidade (aqui não é como Londres que é projetada
para isso), ou aumentando as ruas, que vai resolver. O transporte público é o
único que pode ajudar nisso. Mas você sabe que para chegar ao seu trabalho as
8h, de carro, você sai de casa 6:30 ou 7h, que dirá se fosse de transporte
publico. Além disso, ele é sujo, estranho e apertado... mas sabe por quê?
Porque ele é o reflexo de quem o criou. Pessoas sujas, com interesses que, para
você, parecem estranhos e feito em um lugar onde é muito apertado para aqueles
que querem fazer algo direito. Entende agora o porquê de tudo isso ser assim?
Seu carro é mais aconchegante
porque você não tem um transporte que tem ar condicionado, cadeiras boas,
pessoas felizes e, o melhor, sem precisar dirigir. Utopia? Não, realidade em
outros lugares. Ar condicionado é uma necessidade, cadeiras para todos é uma
necessidade... e pessoas felizes? Consequência. Isso não é demais, é o que
deveríamos ter com o que pagamos.
O que é o pronto socorro para
você quando você tem plano de saúde? Agora, conte-me mais o que é o seu salário
quando você paga o plano de saúde. Você o utiliza, mas o seu bolso dói a cada
momento que você faz isso e se lembra do quanto este é necessário. Será que
você faz ideia do que é ter problema no coração e não poder ligar para o seu
cardiologista e marcar a data que fica melhor para VOCÊ? Não, não faz.
Irritamos-nos por aguardarmos 1 mês... eles sofrem calados por aguardar 6
meses, ou até mais.
Seu plano é mais interessante
porque você não tem um hospital em que você é atendido rapidamente, o médico
lhe diagnostifica e mostra qual a sala para pegar os remédios gratuitamente.
Utopia? Não, novamente realidade em outros lugares. Hospital de qualidade é
necessidade, médicos bons e de todas as áreas são necessidades... você feliz quando
sai de lá? Consequência. Isso não é demais, é o que deveríamos ter com o que
pagamos.
Quando você sai de casa a noite e
fecha toda a sua casa, liga todos os alarmes e avisa todos os vigias, você se
sente seguro? Não. Afinal, não terá ninguém ao seu lado quando alguém lhe parar
na rua, atirar em você, te molestar e levar o seu carro. Exagero? Você sabe que
não. Desta vez não há ninguém inerte desse problema, apenas uns mais ou menos
expostos. Mas isso é natural para você. Não ter o sentimento de que alguém lhe
protege, de que alguém está em todo o lugar para lhe proteger (já que é o
serviço deste), é comum para todos. Vivemos no faroeste então?
Sua vida com medo é normal porque
você não tem uma casa de muro baixo, com uma porta de entrada com apenas uma fechadura,
pessoas perambulando pelas ruas para manter a ordem. Utopia? Não, realidade em
outros lugares. Seu muro pequeno é uma necessidade, sua casa com um ar de casa
e não com ar de forte militar é uma necessidade, trabalhadores ganhando para
zelar seu bem estar são uma necessidade... e você feliz? Consequência. Isso não
é demais, é o que deveríamos ter com o que pagamos.
O que é as pessoas não sabendo
ler, escrever e falar direito quando você estudou nos melhores colégios? Agora
conte-me mais o que é o seu salário depois de pagar a sua unidade de ensino. É
o seu futuro em jogo, porém, seus lazeres, sua comida e até um possível carro
são deixados para a próxima quando você deixa boa parte do que ganha em alguma
dessas unidades. Será que passa pela sua cabeça você não ter um professor para
as aulas, ou ter um professor de biológicas dando “aula” de humanas porque não
há professor suficiente? Não, claro que não. E aqueles que tem esse pseudo
ensino também não sabem que passam por isso (raros sabem, por sinal).
Sua falta de dinheiro no mês é
normal, porque não tem um ensino de qualidade, com profissionais bem
remunerados, estimulados, com capacidade de cuidar de todos os seus problemas
acadêmicos. Utopia? Não, outra vez, realidade em outros lugares. Escolas são necessidade,
salas pequenas para o bom desempenho são necessidade, professores capacitados
são necessidade... e todos sabendo realmente ler e incentivados a estudar?
Consequência. Isso não é demais, é o que deveríamos ter com o que pagamos.
Mas então, depois de todo esse
sonho de vida... qual o nosso papel nisso? ESTÁ EM TUDO. Trabalharemos, seremos
bem remunerados, poderemos comprar e, obviamente, movimentaremos a economia
brasileira. Todos, todos mesmo. Precisamos de pessoas trabalhando em todos os
setores, e essas pessoas somos nós mesmos. Isso não é utopia, a economia pode
melhorar se isso acontecer. A época de assistir a propagandas políticas
enganosas já foi.
Votamos, mas aquele que
escolhemos não nos representa. Temos que fazer as coisas com as próprias mãos,
pois, só assim o governo vai ter de fazer algo. Hoje vivemos em um contexto que
já existiu, basta conhecer a época Iluminista em que alguns reis fizeram o
“despotismo esclarecido” para tentar manterem-se no poder. Política do pão e
circo, despotismo, sociedade de classes, tudo isso ainda existe. Que tal
lembrarmos-nos dos três princípios universais? "Liberdade, Igualdade e
Fraternidade" (Liberté, Egalité, Fraternité), frase de autoria de
Jean-Jacques Rousseau, só assim conseguiremos melhorar e revolucionar o país.
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