quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Memórias

A caráter pessoal, posso dizer que sempre fui uma pessoa de me acostumar fácil as mudanças. Não me lembro de ter dado trabalho para minha mãe; pelo contrário, eram elogios atrás de elogios. Porém, não é bom ser sempre a “garota perfeita”; por isso, vou relatar dois fatos que fizeram com que eu deixasse de ser a “bonequinha da mamãe” e contribuíram para que eu me tornasse alguém que muitos consideram diferente.

O primeiro fato é quando juntei minhas duas melhores amigas, Bruna e Larissa (que na época nem éramos tão amigas assim) para tocar alguma coisa, com o sonho de seguir carreira musical.

Ficamos sentadas numa praça; aquela praça se tornou muito importante para mim, pois foi lá que começamos nossos sonhos e nossa amizade. Saiamos todo o sábado para poder tocar violão e cantarolar. No começo foram musicas covers, como Frankenstein do Subúrbio do Luxúria, e Empty Walls do Serj Tankian; mas aos poucos fomos criando nossas letras até chegar no nosso grande sucesso (sucesso para nós, afinal, foi a musica que mais ensaiávamos), “Sempre deixará dúvidas”. Ela não está mais no nosso repertório, afinal, para uma banda Hard e Punk, o seu ritmo é bem fora dessa linha; porém, é impossível que uma de nós três não saiba dizer qual musica começa com “Via a chuva na janela; como seria se ali estivesse o sol?[...]”. Como eu disse, ela nos marcou muito; alias, aquela praça e especialmente essa musica nos marcou muito. Quem diria que em dois anos nos tornaríamos as melhores amigas possíveis e imagináveis? Costumo dizer que foram essas duas que me fizeram crescer, e isso não deixa de ser verdade; os piores momentos da minha vida, onde eu pensei que estava sozinha, lá estavam elas. Bruna e Larissa, ou melhor, Boo e Larih, não há palavras para descrever estas duas figuras; estarão comigo para sempre! E esse sempre, ao contrário do de Cássia Ellen, não acaba. BooLahSha, são as mais deliciosas bolachas que já comi! Amo vocês.


Já o segundo fato é algo que me fez rever todos os meus conceitos. Este nada mais é do que o nascimento do meu irmão Rayd; que me fez ver o quanto eu era egoísta e imatura.


Antes de minha mãe se casar novamente, eu sempre tive horror por ter irmãos; desde pequena, sempre pedi a ela que fizesse qualquer coisa, menos me dar um irmão. Adorava crianças porém, a idéia de ter que dividir a pessoa que mais amava, era algo completamente doloroso e medonho.


Pois bem, minha mãe casou-se e ela engravidou. Quando descobri, fiquei uma semana sem sequer olhar para ela, com o ódio mais ridículo do mundo. Não queria que ela fizesse nada que pudesse fazê-la perder o bebê, porém, estava me sentindo traída diante daquilo.

O tempo passou e eu aceitei a idéia. Quando meu irmão nasceu, eu fui a primeira a entrar para vê-lo e, como o esperado, fiquei babando mais do que ela mesma. Com o crescimento dele, minha mãe descobriu um lado que ela não conhecia de mim; o lado “irmã coruja”. Levantava durante a noite para ajuda-la com toda a felicidade e animação do mundo; aprendi a dar banho nele sozinha (ela quase me matou quando me viu banhando-o sem ela por perto) e também a entender seu dialeto confuso.
Quando minha mãe se separou, voltamos a morar no mesmo lugar de sempre, junto de meus avós e, com o meu irmão ficando mais velho, a felicidade de minha mãe crescia cada vez mais, pois, não conseguia (e ainda não consigo) me imaginar sem ele ao meu lado.
Hoje, fazem um ano, cinco meses e, exatamente, doze dias que ele está junto de mim; cada vez mais me tirando sorrisos e fazendo com que eu tenha vontade de morde-lo até não poder mais; me cativando com seus olhos azuis e com toda sua meiguice e calma. Meu irmão Rayd, é, talvez, o anjo da minha vida; alguém com quem eu vou poder contar o resto de minha vida e ele também.

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