quinta-feira, 19 de julho de 2012

Greve dos professores das Universidades Federais

Após a leitura do texto Greve remunerada nas universidades federais do jornal Folha de S.Paulo fiquei realmente incrédula de como algumas pessoas encaram esta greve.
De fato, os professores grevistas estão recebendo pela sua greve e isto é errado, concordo plenamente com este ponto do texto. Contudo, isso não significa que estes professores queiram o aumento de impostos. Isto é um absurdo, pois, com todos os impostos que pagamos, o governo possui total capacidade para um aumento digno.
Além disso, o texto diz que a greve é somente com o intuito de aumento salarial, sendo este um absurdo, pois eles reivindicam três coisas: aumento salarial, melhoria nas condições de trabalho e reformulação do plano de carreira. O governo cedeu teoricamente um aumento de 45%, mas, diferente de como a população está sendo informada, este é para apenas uma ou duas classes de professores (sendo no total 4), e, de acordo com a inflação dos anos, apenas essa classe teria um aumento de mais de 9%, já as outras ficariam em prejuízo com o aumento inflacionário, tendo assim seu salário diminuído.
O texto também diz que, sendo os professores os mais qualificados e de maior graduação educacional perante a sociedade, eles tem total capacidade de sustentar-se por fora, sem pedir sequer aumento ao governo. Este também cita instituições que utilizam verba externa (privada) para melhorar a faculdade, e as elogia por isso. Porém, minha visão sobre este fato é de que, o governo federal é o responsável pela faculdade, seja sua manutenção, ampliação ou/e segurança, não cabendo aos doutores da faculdade recorrer somente a verbas externas para auxiliar a Universidade. Desta forma, podemos pensar que estas universidades não fazem isso porque é certo, e sim porque sabem que se recorrerem ao governo, este processo será muito mais lento ou nem ocorrerá (como é visto pela greve).
O ponto focado pelo autor de que estes professores estão tirando renda da população pobre é algo totalmente extremista. Essa classe (sendo ela da classe A ou não) está no patamar que está por ter estudado muito em suas vidas, estão lá por méritos próprios e ainda estão fazendo o papel social de devolver ao governo tudo o que foi proporcionado a eles para estudarem; o problema é que todo mundo possui conta para pagar, e, por toda a sua história acadêmica merecem sim receber e muito bem do governo, pois fizeram por merecer. O que me faz entender pelo texto é que a política é voltada apenas para as classes baixas, sendo as altas dever de elas mesmas cuidarem de suas vidas, privatizando tudo. O erro: todos pagam impostos, sendo assim, dever do governo auxiliar todas as classes, pois privatizar tudo significa pagar duas vezes (já que a primeira foi paga através dos impostos).
Dar a desculpa de que precisa investir no Bolsa Família é um pano para abafar tudo o que deve ser feito no país. Melhorias no Brasil, como aumentar a renda dos mais pobres, dar incentivos verdadeiros aos estudos desta classe, melhorar o ensino fundamental (afinal, é fato de que há mais alunos de colégios particulares nas universidades publicas, que os de ensinos públicos), melhorar a vida dos professores de todos os tipos de ensinos, manutenir as escolas e faculdades públicas, são algumas das muitas que o governo teria sim capacidade de fazer, se não desse tanto dinheiro a quem nem possui tanto mérito assim (diga-se de passagem o parlamento, que, de acordo com varias entrevistas priorizam seus salários com idéias fúteis e sem justificativas consistentes para aumentos).
Para finalizar, o que todos devem entender é que, o governo é responsável por toda a população brasileira, seja ela de qual classe for, e, o que deve ser levado em conta é o motivo de determinada classe ter um salário significativo ou não. Sendo os professores que tiveram uma base escolar enorme, ou os pobres que são necessitados de uma formação. Saber dividir é o que falta no governo, e não criticar o suposto rico por reivindicar o que é dele também por direito. O que vale são os motivos e não a classe a qual a pessoa se classifica.

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