domingo, 9 de outubro de 2011

Nada clichê

E pensar que ela sequer percebeu seus olhos; e pensar que ela sequer sentiu sua presença. Olhos profundos... mas não mais que seu sorriso. Felicidade ambulante, movido a livros e a família. Adulto e criança. Sentimental e racional. Antíteses, ele é feito de antíteses.
Adequou-se bem a ela; felicidade que mal cabe dentro de si mesma. Se eu fosse repetir tudo o que está no parágrafo acima este ficaria tão cansativo, então se resume em um idem. Mas ele, ao contrário dela, já havia a percebido; ela não era mais uma na multidão... na verdade era, mas ele sabia de sua existência.
Teorias de amores falhos, madeixas desarrumadas, praças, noites de sábado, tardes de domingo, páscoa, bolsa lambuzada, uma flor surpresa, duas mãos entrelaçadas, um eu te amo sincero sendo respondido com um idem de dúvida... Dúvida? Sim, dúvida. Duvida que cessou em pouco tempo, claro. Esta foi uma breve enumeração que resumem 30 dias de Abril. Sweet April. Ele não volta, ele não sente a falta daquele casal, ele não muda em nada; o tempo não tem inveja da felicidade, nem o Abril, nem o 2011. Nada é capaz de acabar com tudo isso; não é eterno, é mais que isso, é até quando eles não se perderem, até quando eles forem aqueles que se conheceram. Se eles nunca mudarem de forma drástica, perdendo o encanto do começo, nenhum império cai por terra.
“Nunca caia na minha rotina” esse foi, talvez, o único pedido dentro desse romance. Ambos cumprem bem o tal, e por isso, imagino que isso durará muito tempo, mas não posso colocar um Era uma vez no começo, primeiro porque eles não são da idade média, e segundo porque eles não são o típico casal que aceita coisas clichês e doriana’s da vida.

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