quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Ultimo tango em paris e o sentido da solidão

Filmado em 1972, conhecido não somente por ter um grande ator como principal, mas também pelo fato de conter uma cena conhecida mundialmente como a tal “Cena da Manteiga”. Há pessoas que assistiram e acharam o filme um lixo, outros totalmente erótico, contudo, a pura verdade é que este filme é mais filosófico que muitos outros que conhecemos.
Seu enredo se passa basicamente num apartamento relativamente degradado na Rua Jules Verne, em que Jeanes e Paul se encontram, dois completos desconhecidos, unidos pelo acaso graças a um letreiro de aluga-se. Ambos não sabem seus nomes e, ordenado por Paul, viverão uma relação baseada em sexo e total anonimato; o mundo real fica do lado de fora daquela velha porta, ali dentro, somente isso.
Paul e Jeane são figuras que representam respectivamente o ser humano perdido no desespero de uma vida e velhice conturbada e triste, e também o homem em completa vivacidade e felicidade da juventude, porém, ambos em busca de uma razão para a vida, tentando achar em algum lugar o sentido de suas vidas vazias.
Jeane mostra como a juventude nunca está contente com o que possui e por isso mente descaradamente para sempre ter mais; já Paul, com sua vida caminhando para a velhice, mostra a sabedoria, a ira e a sensatez de preferir não falar a mentir.
Com este enredo é possível perceber como o ser humano se afeiçoa a algo sujo e impuro, com nítidas demonstrações de degradação humana e insanidade; como conseguimos agir com sensatez e em frações de segundos nos libertamos de regras impostas por tudo, todos e até por nós mesmos. Essa explicita representação do ser humano nos assusta ou nos fascina, podendo ocorrer os dois sentimentos separadamente ou não.
A tão comentada cena da manteiga é muito mais do que uma simples cena de sexo anal, pois, se fosse somente isso, este filme seria considerado apenas um pornô, caso que é muito distinto do real. A cena em que Paul se relaciona com Jeane inicialmente contra sua vontade por seu orifício anal, unido ao seu rosto amedrontado por abrir um buraco oco no chão de taco velho e tudo o que estes proferem sobre o que a sociedade nos impõe e nós fazemos naturalmente, nos mostra como a nossa vida é vazia e como procuramos de forma egoísta supri-la com luxuria e futilidade, invadindo todos os buracos de forma inconseqüente e sem qualquer respeito ao privativo de algo ou alguém.
Por fim, o filme termina esplendidamente triste, real e completo com Paul que finalmente no fim da vida descobre o seu sentido de vida e de amor, porém, morto por Jeane, que não compreendia pela sua juventude faminta apenas diversão mesmo acreditando firmemente que aquela excitação que sentia natural de uma jovem repreendida nos costumes locais em busca do desconhecido era amor. Ou seja, o choque da juventude com a velhice é o mais perfeito sentido do motivo do ser humano ser do jeito que é.

Um comentário:

  1. adorei , deu até vontade de ver o filme agr, com ctz vou baixar! haha, beiijos e sucesso :*

    ResponderExcluir