segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

É só o vento lá fora

É fácil pensar que os nossos medos são, sem exceção, apenas o vento lá fora. Somente o medonho vento. Talvez tenha sentido essa idéia... já reparou como nos sentimos aflitos ao ouvir a ventania em nossa janela? Aquele som agudo, atormentador; ele nos assusta, nos faz querer fechar tudo possível para detê-lo; porém, quando este está distante, nem lembramos de sua existência, longe, as vezes como uma brisa que nos faz sentir frio e pedir para algum ser superior para que esta cesse quando nos encontramos sozinhos, já se estamos com alguém este nos aquece e esquecemos da existência daquela brisa.
Assim são os nossos medos. Quando estes estão perto nos assustam, nos faz querer fugir para algum local seguro. Quando longe, nos sentimos firmes e intactos, inatingíveis. Quando aparecem leves como a brisa e estamos sozinhos queremos que cessem logo, pois receamos que aumentem ou que, simplesmente, nos lembre de suas existências; já, quando nos encontramos acompanhados, mesmo que nos lembremos dos medos, nos sentimos fortes para agüentá-los e, com isso, nos esquecemos dos tais.
O vento, o medo, o vento, o medo... é só o vento lá fora... é só o medo lá fora... ambos querendo entrar... ambos querendo atenção... ambos nos assustando... sentimos medo do vento, sentimos medo do próprio medo. E assim a vida segue... ambos nunca pararão, mas, com o decorrer da vida, aprendemos a lidar com eles... ou não.

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